Fevereiro roxo: especialista explica o mal de Alzheimer
A psiquiatra membro da Doctoralia, Gabriela Giovanini Borges , esclarece algumas dessas dúvidas. Uma delas é se Alzheimer provoca incontinência urinária.
“Não. E a incontinência só ocorre nas fases mais avançadas da demência, quando os idosos perdem o controle dos esfíncteres”, conta.
A especialista também explica que a pessoa acometida pelo Alzheimer deixa de fazer as atividades porque simplesmente começa a esquecer as suas habilidades.
“É muito comum que as síndromes demenciais iniciem com alterações comportamentais, como problemas de concentração, insônia e apatia. O idoso passa, portanto, a ter dificuldades em executar tarefas simples do cotidiano e pode ficar mais isolado, entristecido ou até mesmo mais agitado e com dificuldade para dormir”, conta.
Faixa etária
Geralmente, o Alzheimer acomete pessoas com idade avançada, antecedentes familiares de demência, presença do gene APOE-e4 e de trissomia do cromossomo 21, e estima-se que 50% ou mais de pessoas com síndrome de Down desenvolverão a doença.
“Há outro grupo que pode apresentar Alzheimer devido a um histórico de traumatismo craniano, hipertensão, diabetes, bem como colesterol alto ou qualquer problema cardiovascular“, explica a médica.
Além disso, a especialista esclarece que, no envelhecimento normal, há diminuição da velocidade com que o idoso se locomove, raciocina e aprende as coisas.
Já na demência, ele vai desaprendendo atividades, bem como na resolução de problemas, e apresenta perda motora e na linguagem.
“Importante salientar que nem todo idoso terá Alzheimer. Mas tudo vai depender, portanto, dos fatores de risco, qualidade de vida que esse idoso teve e o quanto ele se mantém ativo”, ressalta.
Aqueles com queixa de memória devem procurar um médico para investigação.
“São realizados diversos exames de sangue para excluir outras doenças que possam mimetizar a demência. A ressonância nuclear magnética de encéfalo pode mostrar áreas de redução volumétrica, mas não é um diagnóstico definitivo. Já o tratamento depende do estágio da doença. Para evitar o desenvolvimento de comorbidades, o ideal é que haja um acompanhamento multidisciplinar, com psiquiatra, neurologista, fisioterapeuta e nutricionista“, afirma Gabriela.
Ajuda na qualidade de vida
A saber, além dos tratamentos que ajudam a atrasar a progressão da doença, algumas iniciativas também podem proporcionar mais qualidade de vida às pessoas.
“Os estudos sugerem, portanto, que atividades físicas, sociais e cognitivas também podem ajudar. Controlar os fatores cardiovasculares, como hipertensão e diabetes, e desenvolver novas tarefas são essenciais para, então, prevenir a demência”, ressalta a especialista.
Além disso, Gabriela também afirma que, com o progresso da doença, o cuidado exigido da família pode resultar em estresse emocional.
“Alguns dados mostram que o risco de depressão aumenta para os cuidadores à medida que a demência progride. Por isso, é importante o fortalecimento de laços entre todas as partes envolvidas, com o intuito de oferecer o melhor cuidado para todos”, finaliza.
Fonte: Doctoralia
Foto: Shutterstock
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